03/04/2014

A vida de Sócrates




Sócrates (Σωκράτης, Atenas, 469 - 399 a.C.) foi um filósofo grego que revolucionou a filosofia ao empregá-la para buscar investigar os assuntos humanos. Dedicava a sua vida a perambular pela cidade e a perguntar aos seus concidadãos o que é justiça, piedade, coragem, virtude e tantos outros temas relevantes. Ele mesmo afirmava que não sabia de nada. O que era um tanto irônico, na medida em que seus interlocutores sempre presumiam-se sabedores de tudo; e ao se defrontarem com Sócrates, descobriam-se ignorantes. Assim, enquanto os poetas, os sacerdotes, os artesãos e os políticos que dialogavam com ele pensavam que sabiam algo, -estando equivocados a respeito disso- , Sócrates sabia que não sabia. Logo, sabia mais que os outros gregos.
O fato de Sócrates passar a sua vida investigando a si próprio e aos outros cidadãos atenienses e demonstrar para eles próprios que achavam que sabiam, mas que em realidade não sabiam aquilo que pensavam saber, irritou muito os seus concidadãos. Então, três caluniadores lhe impuseram severas acusações e pleitearam a aplicação da pena de morte. Meleto, Anito e Lícon acusaram Sócrates de: i) impiedade, em razão de não crer nos deuses da cidade e buscar investigar as coisas celestes; ii) sofismo, por buscar enfraquecer o argumento mais forte e fortalecer o mais fraco; e, por fim, iii) tentar corromper a juventude. As acusações foram recebidas, e Sócrates foi levado a julgamento.
A execução de Sócrates
O pai da filosofia ética restou condenado à pena de morte pelas acusações, e negou-se a requerer a comutação da pena por aplicação de uma multa. Enquanto esperava a própria execução através da ingestão de um veneno (cicuta), seu amigo Críton ofereceu-se para subornar os guardas e livrar-lhe da pena injusta. A que Sócrates, como em outras vezes já havia demonstrado o seu caráter, negou-se a fazer uma injustiça contras as leis da cidade, a fim de salvar-se de uma morte injusta. Pois, sustentava que se preocupava absolutamente em não fazer uma injustiça, seja ela como objeto de sua ação, ou seja como forma de buscar algo justo, como salvar a própria vida. Uma forma moderna de formular essa máxima socrática de justiça pode ser encontrada no jargão: -os fins não justificam os meios; ou seja, fins justos não justificam a adoção de ações gravemente injustas para se realizá-los. Seu julgamento é bem retratado em três diálogos platônicos em que figura como personagem: i) Êutifron que transcorre antes do julgamento e trata da piedade, ii) Apologia que é a sua defesa perante o tribunal ateniense, e iii) Críton que trata de um diálogo após a sua condenação e a necessidade de não se fazer injustiça.






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diretor italiano Roberto Rossellini no link (youtube) ou na janela do mais informações:



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