23/06/2016

A democracia emprestada à África e a crise dos direitos humanos [DIREITO ULBRA TORRES]

 

ULBRA TORRES Cadeira de Ciências Políticas e GPFDir: No dia 23/06, realizamos a aula prática aberta aos outros alunos a respeito de política e direitos humanos na África às 20:30hs. com o professor de filosofia moçambicano Celestino Taperero Fernando. Fou uma oportunidade excelente para termos contato com outras realidades sociais e jurídicas!!! Os debates se prolongaram mesmo depois do horário letivo, tamanho foi o interesse despertado nos alunos pelo tema.

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Celestino apresentou um esboço sobre o colonialismo que explorou a maior parte dos países africanos até a década de 70. Com a abrupta democratização e independência que se iniciou nesse período, também ocorreu o irrompimento de conflitos internos em razão da luta pelo poder e pelas riquezas, assim como de guerras civis.

Nesse panorama histórico, a população, a sociedade, a justiça e até mesmo os animais foram atingidos. A situação epidemiológica em termos de saúde é seríssima, e não enfrentada de modo eficaz pelos governos que buscam apenas se locupletar através da corrupção. Enquanto quase 25% da população de Moçambique é portadora de HIV, os governantes encaram o problema como uma fonte de renda ilícita obtida com o custo dos tratamentos. Outras doenças como a malária também afligem um universo incontável de pessoas, e não são políticamente relevantes tendo em vista que os seus tratamentos não são rentáveis financeiramente. O ébola, por outro lado, foi erradicado, tendo em vista o medo dos países de primeiro mundo de que se tornasse uma epidemia global.

A educação é deficitária, e priva as novas gerações da esperança de um futuro melhor. Os alunos sequer possuem salas de aula, tendo que estudar sob árvores e sentados em pedras. O descrédito no judiciário leva à adoção generalizada de linchamentos populares dos criminosos. Até mesmo os animais de grande porte e em risco de extinção sofrem com os conflitos civis e a pobreza. Uma vez que o marfim, as peles e outros produtos obtidos com sua caça ilegal são comercializados para a obtenção de recursos que serão empregados na equipagem das forças de resistência.

Resumindo a apresentação, um dito africano nos transmitido pelo Professor Celestino que pode servir de uma advertência em todos os tempos, mas especialmente na situação política atual do Brasil: "Em luta de elefantes, quem mais sofre é o capim." Realmente, nos conflitos políticos em que poderosos lutam pelo acesso e manutenção no poder, quem sempre mais padece acaba sendo o povo.

 

Veja a edição anterior realizada na Ulbra Canoas [AQUI].

Um comentário:


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